Meu coração é negro!
Negro brilhante!
Sou filha de um povo
Que sofreu com muita dor e aflição...
Povo tirado de sua Pátria
e introduzido brutalmente
Na mais triste escravidão
Explorado, desamparado
O que poderia fazer?
Se com
a vida tão injusta,
Sentindo a dor da chibata,
Era obrigado ao trabalho
E com tanto descaso, viver!
Diante vil sofrimento,
Ao sentir imensa dor...
Preconceito,
diferença
São marcas
por sua cor.
As marcas dos anos ficam,
Produzem tristes lembranças
De famílias desfeitas,
De um povo esquecido
E de uma nação ressentida
Vivendo sem
esperanças.
Se a escravidão a findar
Com o preconceito acabaria?
Uma Nação de sangue forte
Jamais sucumbiria...
Sua cor
de brilho escuro
Cultura, Arte, Ciência,
Mãe/África a libertar
O Mundo da escravatura.
Os negros foram esquecidos,
Simplesmente pelo fato
Da aparente precisão
De se
ter um escravo?
- Eles viam a necessidade
De se ter superioridade...
Vivendo com dificuldade,
Depois de
retirados do seu lar
Depois de destruída sua família,
Depois que lhe tiraram o direito de sonhar...
Neste momento eu percebo que,
Com a
abolição da escravidão
Pouca coisa aqui mudou
E o
preconceito que os brancos impuseram
Durante séculos continuou...
Ainda hoje somos vitimas desse mal que nos
rodeia!
Mas, minha descendência crioula
Voa em busca da liberdade:
-Sangue que corre em minhas veias
Sinto
o que todos os brasileiros sentem
Orgulho das mãos fortes,
Da gente oriunda da MÃE- ÁFRICA
BERÇO DA HUMANIDADE
E que contribuiu para o nosso Brasil crescer,
E
florescer culturalmente!
Pois,
se uma raça é dominada cruelmente
De um
povo ninguém lhe tira a identidade !
(Larissa Miranda)
(Este poema foi premiado em um concurso literário e está registrado em minha autoria. Qualquer tipo de uso sem a minha permissão está infringindo a lei que protege os direitos autorais.)